independência financeira feminina

Independência financeira feminina ainda é um desafio no século XXI

Falar de independência financeira feminina hoje ainda esbarra em muitas questões sociais em diferentes culturas. Em algum momento da vida, muitas mulheres experimentam algum obstáculo para que sejam “donas” do próprio dinheiro e da própria vida.

Desde a infância, passamos por uma série de situações que enfatizavam quais habilidades eram de mulheres e quais eram dos homens. “Mulheres não são boas em matemática” ou “mulheres têm mais facilidade em humanas e homens em exatas”, são alguns dos principais mitos que fazem com que a maioria das mulheres se veja em uma espécie de “labirinto” quando o assunto é independência financeira feminina.

Ainda na infância é possível se deparar com as significativas diferenças entre os “brinquedos de menina” e os “brinquedos de menino”.  Os brinquedos de menina são predominantemente em cores rosa e lilás e a variedade de “brinquedos de menino” é muito mais divertida. Enquanto as meninas brincam de casinha, os meninos constroem pontes, edifícios, brincam de carrinho, têm uma pista, administram seus muitos carros, etc., ou seja, os meninos são muito mais estimulados ao raciocínio lógico e a uma vida independente do que as meninas.

Essa diferenciação é tão marcante no desenvolvimento de mulheres e homens, que uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos, mostrou que os homens têm a ilusão de que são melhores em matemática, já as mulheres, se mostraram neutras, não se julgavam nem mais e nem menos preparadas para lidar com números.

Já em outra pesquisa realizada pela instituição norte-americana, Prudential, foi mostrado que 70% das mulheres se veem como poupadoras ao invés de investidoras.

Independência financeira feminina: a busca pelo próprio espaço

A complexidade quando o assunto é independência financeira entre o público feminino também está nos relacionamentos abusivos a que muitas mulheres estão submetidas. Muitas mulheres se veem na dependência financeira do marido, aliás, essa é mais uma construção social tóxica, em que o casamento é compreendido como uma condição em que as mulheres cuidam do lar, enquanto o marido provê o sustento.

Não se pode falar em agravante para a independência financeira sem também mencionar a maternidade e, em muitos casos, a culpabilização por parte dos “companheiros” de que a mulher que sai de casa para trabalhar, está deixando a educação e os cuidados com os filhos de lado.

Mulheres que são financeiramente independentes são muito mais empoderadas a se livrar de relacionamentos abusivos, mas é claro que não é tão simples quanto parece, afinal, a violência psicológica nesses casos é um fator que costuma pesar muito para que essas mulheres se decidam por si mesmas e pelo próprio bem-estar.

No mercado financeiro, embora a participação feminina venha crescendo nos últimos anos, ainda ocorre em ritmo lento, o que demonstra que é preciso falar cada vez mais no tema, educar mulheres para a importância do assunto e reflexão sobre como podem ter mais autonomia sobre a própria vida.

Leia também: Violência contra a mulher – um drama ainda mais complexo em tempos de isolamento social

A independência financeira feminina começa na mudança de mentalidade

Antes de qualquer mudança é preciso que a mulher repense uma série de crenças, como essa de que não sabe lidar com números, de que investir é muito arriscado, de que consegue poupar mais do que investir ou de que não consegue economizar porque gasta demais.

Aliás, quanto aos gastos, há outras questões que merecem a atenção. Esse mercado de consumo feminino é algo que também impacta na busca pela independência financeira. Segundo o Departamento de Consumo de Nova York, produtos femininos custam em média 7% a mais dos que os similares masculinos. Além disso, a empresa de pesquisa e inteligência Sophia Mind, mostrou que as mulheres estão insatisfeitas com a sua aparência e por essa razão gastam mais.

Obviamente isso não quer dizer que mulheres não possam ser vaidosas, pelo contrário, mas é fundamental que também se repense o consumo com produtos de beleza, acessórios, roupas, etc. São realmente necessários todos esses gastos? Esse cuidado extremo com a aparência está ligado a problemas de autoaceitação ou a “padrões sociais”?

Há uma série de canais no YouTube, sites, eBooks, cursos, que ensinam como investir, como sair do ciclo de dívidas, como se livrar de uma situação financeira que ao invés de libertar, leva pessoas à sensação de prisão, de que estão trabalhando apenas para pagar contas e viver razoavelmente. Mas não basta se educar financeiramente, é preciso mudar a maneira de pensar, rever comportamentos, entender como foi que as crenças sobre dinheiro foram sendo construídas ao longo da vida.

E claro, nos casos de relações tóxicas, em que as mulheres são dependentes de seus “companheiros”, vale ressaltar a importância do que muitas pessoas consideram palavra da moda que é o “empoderamento feminino”. É fundamental que essas mulheres que vivem nessa teia de dependência emocional e financeira possam encontrar o apoio e o encorajamento de outras mulheres, seja por meio de um texto, seja por meio de uma conversa, seja por meio de incentivos, livros, etc. Obviamente que em um caso como esse, é muito mais complexa a libertação da situação de dependência, mas com apoio, é possível.

Você se considera independente financeiramente? Se não, o que acha que a impede de conquistar esse objetivo?

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