Conteúdo originalmente publicado no portal Barasa Plutônica
Há momentos em que desabar é inevitável. A gente abre a janela, olha algumas vezes a mesma paisagem, numa falsa esperança de que a vista seja outra, além da realidade.
É como se a alma estivesse gritando dentro da gente e ninguém pudesse ouvir, sequer imaginar, que a alma chora, clama.
As soluções fogem do encontro com os problemas, parece que tudo está perdido, desfocado, distante.
Quando a alma está triste, os ouvidos são capazes de captar quaisquer mensagens de conforto, que ninguém se atenta a ouvir, porque mensagens de conforto, só servem para almas quebradas e feridas.
Quando a alma estiver triste, ore, faça uma prece àquilo que está acima de você, das suas forças, da sua capacidade de domínio.
Quando a alma estiver triste, deixe que as lágrimas rolem, não permita que o nó na garganta sufoque, deixe o manancial de angústias se esvair de suas entranhas.
Quando a alma estiver triste, feche os olhos físicos e comece a enxergar com os demais sentidos.
Quando tudo for barulho, quando tudo for confusão, ancore a alma sobre a esperança e não deixe de sonhar.
Quando tudo for tão pesado a ponto do cansaço não conseguir sequer ser sentido, aprenda a observar o poder das palavras. Não haverá amigas mais cúmplices do que estas que respeitam o silêncio e acalentam o coração.
Quando a alma estiver triste, não a questione sobre o tanto de tempo que estará assim. Não cobre o fechamento de cortes, não imponha nada sobre a dor.
De algum pedacinho da alma, surgirá um refrigério, de algum cantinho da esperança fluirá o bálsamo para curar as dores. De algum recanto da alma ferida, resplandecerá um sinal, um milagre.