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Etarismo – Por que o envelhecimento às mulheres não é permitido?

Recentemente, duas belas mulheres se mostraram como são, sem Photoshop: Paolla Oliveira e Sarah Jessica Parker e “chocaram” o público.

Recorrentemente vejo, principalmente em perfis de especialistas em cirurgia plástica e procedimentos estéticos, o antes e o depois de pessoas famosas.

Se você gosta de Friends provavelmente já viu fotos da Jennifer Aniston e as pessoas sempre comentam: ela não envelhece. Mas sim, ela e todos os seres humanos envelhecem.

Por que para as mulheres, envelhecer não é permitido?

Aos vinte e sete anos eu já estava em crise por que estava chegando aos trinta anos e isso percebo em muitas mulheres mais jovens. Aos trinta e quatro anos de idade eu já penso em botox e não me sinto nada à vontade com fotos sem filtro, mas ao mesmo tempo me sinto desconfortável por essas cobranças comigo mesma.

Você não precisa ficar nessa caverna de ilusão se achando a única! Milhares de mulheres no mundo passam pela mesma situação.

Quando você está na faixa dos trinta anos, ouve mulheres mais jovens com medo de chegar na sua idade sem ter “conquistado” aquilo que parece ter um tempo determinado.

Mas voltando à idade e à repulsa da sociedade ao envelhecimento, sobretudo, ao envelhecimento feminino, hoje o portal Mulher Quebrada traz um artigo para que reflita sobre o etarismo.

Etarismo – por que envelhecer é uma afronta à sociedade?

Etarismo deriva do termo em inglês “ageism” e foi tratado pela primeira vez pelo gerontologista, Robert Butler em 1969, para definir uma forma de intolerância relacionada à idade, com conotações semelhantes ao “racismo” e “sexismo”, direcionada às pessoas idosas.

Recentemente foram introduzidas na União Europeia novas leis contra a discriminação etária no âmbito profissional, mesmo em um contexto de flexibilidade entre países membros para que tenham a sua própria legislação.

Esse é um termo que vem sendo discutido desde a década de 1960 nos Estados Unidos. Em 1967, o congresso norte-americano promulgou o Age Discrimination in Employment Act, para proteger os trabalhadores com idade acima de 40 anos, em uma importante ação de combate ao etarismo profissional.

Em nosso país, o tema está começando a ganhar força.

Pensamos no envelhecimento à medida que nos assombra

Guarde esse termo para reflexão: assombrar. O envelhecimento para muitas mulheres representa uma espécie de assombração e isso tem sido muito mais marcante nos últimos anos porque vivemos na era da “beleza eterna”.

Ao sinal de qualquer ruga, de qualquer mancha, há inúmeros procedimentos estéticos aos quais se pode recorrer.

Quando vamos tirar fotos, escolhemos os filtros para amenizar as linhas de expressão, corrigir tonalidade da pele, para que possamos nos enxergar como não somos ou nos anestesiar para o nosso próprio processo de amadurecimento e envelhecimento.

Certa vez li um livro de uma autora e pesquisadora brasileira incrível, Ecléa Bosi – Memória e Sociedade: lembranças de velhos, que trazia importantes reflexões sobre o envelhecimento, sobre essas memórias guardadas e a relação da sociedade com os “velhos”.

Naquele momento com vinte e poucos anos, era como uma realidade distante, mas tem um dia, que não sei quando é que chega, em que vemos no espelho um ser que está amadurecendo e envelhecendo. É como desencantar ou perceber que você está caminhando para essa realidade.

Tiramos fios brancos quando aparecem vez ou outra e um dia os vemos não como invasores, mas como parte de nosso processo de amadurecimento no mundo.

Novamente a pergunta: Por que o envelhecimento às mulheres não é permitido?

O questionamento não deveria ser do externo para o nosso interior, mas ao contrário. Por que não me permito envelhecer? Por que resisto ao envelhecimento, mas desejo o amadurecimento? Como posso eu amadurecer se nem consigo parar para refletir sobre a minha percepção sobre o envelhecimento?

Será que precisamos mesmo barrar algo inevitável como a idade? E que luta inglória é essa contra algo completamente natural e incontrolável?

Os corpos femininos envelhecem, têm rugas, celulites, gorduras localizadas, as faces têm linhas de expressão, sim, rugas.

O etarismo é uma realidade nas sociedades, marcando muito mais o ser feminino, por questões sociais e culturais e é algo que habita na maior parte dos seres humanos.

Eu ainda sofro de etarismo e se eu não consigo admitir isso é como colocar uma pedra sobre o meu processo de amadurecimento e sobre a minha personalidade e capacidade criadora.

Não permita que a idade te defina, não permita que a tua capacidade criativa seja deteriorada por um pensamento limitante de que há um tempo limite para você.

Se permita… E isso escrevo primeiro a mim mesma e depois a você.

O que você pensa sobre o assunto? Compartilhe a sua opinião.

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